Reformas e substituição de
equipamentos são necessárias para o crescimento da empresa, mas podem trazer
dores de cabeça que podem ser prevenidas. Saiba como.
No mundo dos negócios, expandir
os lucros muitas vezes demanda aumentar também a estrutura física do
estabelecimento. Afinal, além de melhorias para trazer mais conforto e espaço
aos clientes, as reformas também agregam valor à imagem da empresa, colaborando
para o aumento também do seu status. Esse foi, inclusive, um dos motivos que
levou Celso Suzuki, gestor da academia Cinética, de Campinas (SP) a investir em
uma ampla reforma que levou cerca de um ano para ficar pronta: "fizemos
para agregar status, pensando no custo-benefício, e trocamos todos os
equipamentos. Essa foi só uma primeira etapa, porque já estamos considerando a
segunda, que tem a ver com a expansão".
Definir o momento de fazer uma
reforma em academia pode ser um dilema para alguns gestores, já que esse tipo
de serviço acaba, inevitavelmente, impactando no dia a dia de alunos e
funcionários, comprometendo até o funcionamento da empresa. Suzuki destaca que
uma das maneiras de minimizar o problema é conversar com o pessoal, explicando
tanto aos clientes quanto aos colaboradores que a intervenção é passageira e
vai trazer melhorias: "eles sempre entendem". Outra possibilidade é
escolher épocas de baixa frequência, como julho, dezembro e janeiro para
trabalhar as mudanças estruturais no ambiente.
A arquiteta Patricia Totaro
(www.patriciatotaro.com.br), experiente em projetos e reformas de academias, da
capital paulista, conta que planejamento é essencial para evitar o
comprometimento do funcionamento da academia: "e é no projeto de
arquitetura que se resolve isso, enquanto ainda está no papel, já pensando na
academia inteira, em todos os ambientes que queremos ou precisamos
remodelar".
Com essa organização, a
profissional orienta que se pode realizar a obra em etapas, que apesar de prolongar
seu tempo de andamento, interfere menos no funcionamento da empresa, mas
destaca: "nossa experiência mostra que em obras bem planejadas, 5% dos
alunos param de frequentar a academia pelo incômodo".
Reformar a academia: é preciso
investir
Entre optar por uma reforma
grande e única, ou pequenas fragmentadas, Suzuki é enfático: "a grande é
mais sofrida, mas o impacto de ter uma coisa totalmente diferente no final é um
chamariz para os alunos. Teve uma época na qual troquei os equipamentos de dois
em dois e o pessoal nem notou a diferença, não sabia se tinha substituído ou
não. Assim, acho que a reforma em academia, quando grande, demanda investimento
maior, mas compensa o esforço. Vale até fazer financiamento, se endividar um
pouquinho e de forma estudada para poder gerar esse impacto positivo".
Patricia explica que modificar o
espaço depende do objetivo do gestor. Se ele quiser causar um impacto rápido em
vendas, precisa fazer uma reforma grande, que transforme totalmente o visual da
sua empresa. Já o gestor que investe em manutenção constante e que mantém a
academia sempre em perfeito estado, a arquiteta sugere pequenas intervenções
que criam novidades e geram retenção. "Mesmo assim, de tempos em tempos é
bom 'dar uma mexida' mais profunda na academia. Estimo, neste caso, um prazo de
cinco anos."
Recorrer a empréstimos de
instituições financeiras e gastar a poupança são opções que devem ser
cogitadas, mas sempre com muita precaução para não enfiar os pés pelas mãos.
Cada gestor deve avaliar bem sua margem de lucro e prejuízo antes de tomar esse
tipo de decisão e não deve comprometer muito do orçamento para garantir que
consiga honrar todos os seus compromissos. No começo, fica apertado, mas depois
pode valer muito a pena. "Ao planejar uma reforma ou mesmo uma construção,
oriento o cliente a investir no que dá retorno. É difícil desvincular o desejo
pessoal do cliente, mas o certo é investir onde o aluno percebe e, além disso,
investir sempre em manutenção pra tudo parecer 'novo' e funcionar bem",
propõe Patricia.
"Tem que pensar que academia
é um negócio e a gente vende o serviço, então tem que investir na estrutura pra
ter qualidade no serviço. Uma comparação interessante é com o táxi: se fosse um
taxista, ia ficar 20 anos com um fusca ou ia investir e comprar um carro mais
moderno e oferecer mais conforto, um serviço melhor? Porque o cliente percebe
isso. Ele olha pro fusca e já pensa que vai ficar no meio do caminho, vai ter
problemas e nunca vai chegar ao destino", compara Celso Suzuki, de forma
didática e divertida.
O que transformar quando reformar
a academia
Dentre as mudanças mais comuns
que costumam ser feitas nas reformas em academia, Patricia cita as
"estéticas", como trocas de piso, revestimento, pintura e iluminação.
"A iluminação é um ponto que evoluiu muito nos últimos dois anos e vale
muito a pena atualizar a academia com luz. Agora, cor de parede é pra mudar
todo ano, assim como elementos decorativos como quadros, detalhes,
móveis."
Outras transformações dependem do
investimento e do objetivo da obra. Quando a academia tem alguma questão
operacional para ser resolvida, seja porque tem mais de dez anos ou porque o
projeto original não estava de acordo com a tendência de mercado, segundo a
arquiteta é preciso quebrar paredes e mudar os ambientes de lugar. Aí, um dos
espaços que mais sofre transformações são os vestiários. "Geralmente eles
são menores do que o necessário e mal distribuídos e esse tipo de reforma é bem
delicada de ser feita, porque a academia não consegue funcionar sem banheiros.
Se não há lavabos ou outros banheiros, a obra tem que ser feita durante a
noite, aumentando bastante o incômodo, o tempo da obra e o custo da
mão-de-obra", orienta. A recepção também costuma ser bastante modificada
para se adequar às novas realidades do mercado, ganhando espaço para vendas,
que atualmente é algo essencial para os negócios.
Equipamentos reformados, mas com
cara de novo
Depois de realizar a reforma em
academia, modernizando e renovando os espaços físicos da empresa, chega o
momento de renovar os equipamentos e acessórios para que eles também se
harmonizem com a nova proposta.
Para academias que cobram
mensalidade baixa, Suzuki acredita que adquirir equipamentos reformados ou
retrofit seja uma saída bacana para dar outro clima na academia, sem deixa-la
defasada: "é reformado, mas tem cara de novo. A desvantagem é que nem
sempre consegue tudo da mesma marca e aí a estética fica um pouco comprometida.
Equipamento novo, com mesma equipe de manutenção e design uniforme geram
investimentos maiores, mas acho que compensa. Ainda assim, cada caso é um caso
e o gestor deve pensar no que é melhor para o aluno. Só que entre trocar três
equipamentos novos ou reforma-los, prefiro ainda trocar todos e causar o
impacto", opina o gestor da Cinética.
Barato pode sair caro na reforma
da academia
Para evitar enfiar os pés pelas
mãos, os gestores precisam se planejar e organizar as finanças de forma a
considerar imprevistos e até um prazo maior para a reforma em academia. Nem
todo colaborador e/ou aluno vai ficar satisfeito com as mudanças, mas elas são
benéficas ao negócio quando feitas de forma correta e bem estruturada.
Contratar profissionais
especializados, como arquitetos, decoradores e até mesmo uma construtora pode
ser bastante vantajoso para o gestor, que ganha tempo e agilidade na reforma,
além de conseguir resolver questões técnicas que muitas vezes desconhece.
"Mas não adianta querer revolucionar no design. A gente paga um preço
muito alto e que não sei se vale o retorno. Recomendo que se pesquise na
internet pra ver o que tem dado certo em outras academias. Quem está no
interior pode espiar o que os colegas fizeram nas capitais para se basear nas
fachadas e inovações. Já quem vive nas metrópoles, como São Paulo (SP), por
exemplo, acho que deveria buscar inspiração no exterior, em países como
Austrália, EUA, gente que está a nossa frente", opina Suzuki.
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