O sistema nervoso central é o
centro de comando principal do corpo, visto que, estruturas com sistemas
nervosos periféricos e/ ou locais exercem sim suas funções, porém, não de
maneira tão ampla e precisa quanto as comandadas pelo central. Mas, isso só é possível
à ele graças ao que chamamos de "braço do SNC", tratando de um
"apelido" ao sistema endócrino, cujas funções estão diretamente
ligadas à vida.
Entendendo um pouco melhor, é
através do sistema endócrino que diversos comandos que não dependem necessariamente
de sinapse entre o centro e a periferia do corpo podem acontecer. Então,
torna-se mais efetivo e prático que o sistema nervoso central envie informações
e comandos através de "mensagens" transmitidas através da corrente
sanguínea (no caso essas "mensagens" seriam os hormônios) produzidos
por estruturas (normalmente glândulas, mas, outaras estruturas também podem
produzir) distribuídas a todo o corpo.
Os hormônios por sua vez, são
substâncias biossinalizadoras específicas produzidas e secretadas em
quantidades bastante pequenas por células específicas com o intuito de
sinalizar para as células que assim possuem receptores para aqueles hormônios
específicos, que sejam executadas algumas funções, que, podem ser desde ações
metabólicas das mais diversas possíveis, até uma simples permitida de entrada
de nutrientes na mesma. Na maioria dos casos, aliás, as células agem
estimuladas por hormônios.
Basicamente, os hormônios podem
ser divididos em 2 grandes grupos:
Esteróides - Cuja ação será no
núcleo da célula, com a entrada do hormônio, propriamente dito e,
aleterando/estimulando determinadas funções que são descritas no RNA celular.
Entre esses hormônios, estão normalmente os ligados a questões sexuais, como a
testosterona e o estrógeno.
Peptídeos - Estes, normalmente
são compostos protéicos de sinalização, porém com ação não intracelular, mas
apenas nas membranas (através dos receptores) celulares, sinalizando assim uma
cascata de reações intracelulares. Entre alguns desses hormônios, podemos citar
o GH, a Insulina etc.
Mas afinal, qual ou quais são os
funcionamentos desses biossinaliadores para o praticante de musculação? E mais,
quais são suas vantagens e desvantagens em alguns casos gerais (visto que,
explanando específicos casos, seria plausível a criação de um livro)? Como
acontece esse funcionamento? Ele pode ser otimizado de maneira a torna-lo
anabólico?
Bem, vamos por partes! As funções
e divisões extremamente básicas dos hormônios já foram anteriormente descritas.
Mas, ainda não relacionamos com a prática da musculação, não é mesmo? Então,
vamos entender melhor isso: Se os hormônios basicamente agem como o "Braço
do SNC" então, estes terão fundamentais funções, estimulando diversas
células, inclusive as musculares (além das glândulas, claro!), gerando então os
processos os quais podemos até de certa forma manipulá-los de acordo com as
nossas necessidades específicas.
Por exemplo: Quando ingerimos compostos
como carboidratos, os quais representam a fonte de energia mais aproveitável
pelo corpo, algumas estruturas por si só conseguem captar a glicose, após a
hidrólise dos CHOs, sem a necessidade de quaisquer hormônios. Entretanto,
algumas estruturas como a muscular, por exemplo, exigem que antes, lhe sejam
feitas sinalizações, para que a chamada "cascata de reações" possam
acontecer. Para isso então, a INSULINA, produzida pelas células beta do
pâncreas agem em seu receptor GLUT-4, promovendo esse estímulo.
Saber manipular esses hormônios é
de extrema importância para o anabolismo muscular. Além, obviamente de
estimular adequadamente hormônios anabólicos como a testosterona e a própria
insulina, temos de saber manipular (porém, para um decréscimo), hormônios tais
quais o cortisol. E isso não necessita de nenhum medicamento, nem tampouco de
estratégias mirabolantes. Pequenas mudanças já podem fazer total diferença. E
as principais delas são as relacionadas à dieta e ao treinamento. Consumir
carboidratos fibrosos e preferencialmente que causam um impacto glicêmico baixo
na refeição, assim como, consumir nas quantidades corretas, já é uma forma de
manipulação da insulina. Por sua vez, uma refeição sólida composta por
carboidratos complexos de médio/baixo impacto glicêmico, acompanhados de uma
boa fonte protéica de origem animal, podem ser formas de manipular os níveis de
aminoacidemia durante o treinamento. Um treino breve e altamente árduo também é
uma forma de manipulação hormonal, pois, estaremos controlando os níveis de
cortisol que tendem a aumentar com o decorrer de treinamentos longos e, ainda
mais por períodos longos de tempo.
Saber o quanto consumir de
lipídeos e, em especial lipídeos saturados, podem auxiliar na produção hormonal
andrógena endógena. Níveis consideráveis de ômega-3, em especial do ácido graxo
EPA podem aumentar a eficácia da recuperação, podem auxiliar na redução da
fadiga neural e física, auxiliar na produção hormonal endógena andrógena e aí
seguiria uma lista de outros tantos benefícios ligados a hormônios.
Os hormônios, como bem sabemos,
são responsáveis por estimular praticamente todas as funções metabólicas do
corpo, não é mesmo? Portanto, não poderíamos nos concentrar apenas nos músculos
e esquecer outras estruturas fundamentais para que não só aconteça o movimento,
mas, estruturas vitais tais como o osso. O hormônios também são responsáveis
pelos estímulos à calcificação óssea e descalcificação óssea também. E, você
conheceria um atleta com uma situação óssea ruim e que consiga apresentar o
máximo de seu potencial? Desta forma, não só nossa nutrição geral pode
interferir nesses processos, mas, também a forma com que treinamos, a interação
entre os micronutrientes presentes naquela mesma refeição (por exemplo o Ferro
não heme e o cálcio consumidos juntos) e outros tantos.
E quanto ao treinamento em si? Já
dissemos que ele pode interferir nos efeitos dos hormônios na musculação.
Sabe-se que, quanto mais longo e duradouro for o treinamento, então maiores
serão os níveis de produção de hormônios de origem anti-inflamatória que,
verdade seja dita: Possuem vitais funções no corpo humano. Entretanto, esses
hormônios são altamente catabólicos, fazendo que, por conseguinte, haja queda
no rendimento, na eficácia do treino e ainda que interfira negativamente na
recuperação. Assim, treinos árduos breves e infrequentes hoje, na literatura,
são descritos como uma forma de evitar tais exemplos. Por outro lado ainda,
essa mesma prática faz com que hormônios anabólicos estejam em maiores níveis. Hormônios
esses tais quais a a testosterona e o GH.
Conclusão:
Um assunto um tanto quanto
complexo, mas que merece toda atenção, na medida em que, estamos falando de um
dos sistemas mais importantes e reguladores do corpo. Ir obtendo conhecimento
prático e aliando-à ciência é a forma mais de aumentar seus resultados e cada
vez mais obter bons ganhos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário